terça-feira, 18 de março de 2014

Planejamento aéreo para Copa foi desenhado em 2008



O planejamento aéreo que será implementado durante a Copa do Mundo de 2014 começou a ser desenhado em 2008, no mesmo ano em que o País foi escolhido como sede do torneio. Em 2011, um ano antes da Rio+20 ele começou a ser implementado e desde então vem sofrendo ajustes para atender as necessidades de cada evento e sua demanda.

Essas explicações foram passadas pelo coronel Aviador Ary Rodrigues Bertolino, que chefia o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Bertolino foi o convidado do painel sobre aviação promovido pelo Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Para o chefe do CGNA a preocupação não está na liberação de cerca de dois mil voos pela Anac, mas na chamada aviação geral ou executiva, que inclui voos fretados, taxi aéreo e aviões particulares. “O que foi autorizado significa um aumento de cerca de 0,8%. Nossa preocupação não é com o tráfego de passageiros, mas com os voos particulares, voos charters”.

Ainda segundo o coronel Bertolino, estudos e análises feitas pelo Decea estimam um aumento na demanda do espaço aéreo para 2014 de cerca de 2% para a aviação de passageiros e de até 150% para a aviação geral/executiva, principalmente nos jogos das semifinais e da final da Copa.

O coronel Bertolino apresentou o esquema de segurança e controle do espaço aéreo. Segundo ele, os estádios terão o espaço aéreo protegido por períodos que precedem a competição e também após a disputa, levando-se em consideração, inclusive, o tempo de possíveis prorrogações ou disputas de pênaltis.

Experiências anteriores
O Decea acompanhou, entre outros grandes eventos, a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha; de 2010, na África do Sul; os Jogos Olímpicos de Londres (2012); a Rio+20. As experiências, os erros e os aprendizados foram acompanhados e debatidos pelo Decea com os responsáveis pelo controle aéreo nesses países, mas o mais importante, segundo o coronel Aviador, foi o mapeamento feito no Brasil e o trabalho que o CGNA vem desenvolvendo.

“Identificamos a capacidade dos nossos aeroportos, das nossas pistas e do tráfego aéreo, sabemos qual é a demanda. E é com isso que vamos trabalhar”, afirmou o coronel, concluindo: “tenho certeza de que estamos preparados”.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Falta fiscalização sobre acessibilidade nas obras da Copa



O conselheiro-diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, Leon Myssior, apontou a existência de um vácuo de responsabilidade no Brasil quanto ao cumprimento de todas as exigências de acessibilidade das pessoas com deficiência aos estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014.


Durante audiência nesta quarta-feira na Comissão de Turismo e Desporto, Myssior disse que os arquitetos autores dos projetos de construção ou de reforma têm sido alijados das obras, quando deveriam zelar pela fidelidade dos projetos. O conselheiro recomenda que o Ministério Público fique atento a essa questão.


Como lembrou, para que uma obra inicie, a prefeitura aprova um projeto e emite um alvará de construção, e para que a área possa ser utilizada, a prefeitura, ao final, atesta que tudo foi executado fielmente conforme o projeto aprovado e, só então, emite um habite-se, uma liberação da obra. “O problema é que durante esta fase de execução de obras não há nenhum órgão que tenha responsabilidade formal pela fiscalização. Alguns municípios, alguns estados, quando tratamos de obras públicas, eventualmente fazem uma licitação ou nomeiam alguma entidade ou algum funcionário para exercer essa fiscalização, mas isso não é obrigatório”, ressaltou.


Leis conflituosas
O conselheiro também reclamou do excesso de leis e normas no Brasil sobre a acessibilidade, algumas delas conflituosas. Um decreto federal, por exemplo, determina que 2% dos lugares em estádios deverão ser destinados a pessoas em cadeira de rodas. Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece apenas 0,01%, ou um para cada mil. Segundo o sindicato, é esse percentual menor que vem sendo seguido pelos arquitetos.


Para o assessor do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, Rodrigo Prada, não apenas os estádios, mas as cidades como um todo devem se preparar para receber o público com necessidades especiais, “já que esse pode ser um mercado lucrativo do ponto de vista do turismo”.


Prada afirmou estar preocupado quanto ao cumprimento do Decreto 5.296/04, que reserva pelo menos 2% dos assentos em arenas esportivas para pessoas com deficiência. Para que isso fosse cumprido, informou, o Estádio Nacional de Brasília, com capacidade para 70 mil lugares, deveria ter 1,4 mil assentos especiais, mas o número apresentado no projeto da obra é de apenas 66.


Ele citou ainda estudo segundo o qual a média de assentos especiais nos estádios das duas últimas Copas (na Alemanha, em 2006; e na África do Sul, em 2010) foi, respectivamente, de 0,2% e 0,3%. “A Fifa faz uma série de exigências para atender ao público VIP, porém, no que diz respeito à acessibilidade, determina apenas que se siga a legislação local”, criticou.


Insuficientes
Arquivo/ Alexandra Martins
Romário
Romário ressaltou que os lugares para cadeirantes serão insuficientes.


O deputado Romário (PSB-RJ) disse que o número de lugares destinados aos cadeirantes será insuficiente até mesmo para atender às 500 pessoas carentes com deficiência, por partida, que ganharão ingressos da Confederação Brasileira de Futebol. “Como faltam dois anos para a Copa do Mundo, muitas coisas podem ser mudadas. Só depende da boa vontade, principalmente dos governadores, dos prefeitos, das empreiteiras que estão fazendo as obras e dos seus engenheiros e arquitetos."


Representante da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê Organizador Local da Copa, Weber Magalhães disse que os estádios que vão sediar os jogos estão sendo construídos ou reformados levando em conta as necessidades especiais das pessoas com deficiência. Isso inclui catracas especiais para cadeirantes, sanitários específicos para obesos e pessoas com mobilidade reduzida, rampas, entre outras coisas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

“Vamos avançar 10 anos até a Copa”, diz Pedro Ernesto Denardin

 
 
Jornalista esportivo acredita que mundial é uma oportunidade para acelerar obras, e, além disto, alavancar a economia e desenvolver o turismo no Brasil.
Com vivência em nove Copas do Mundo, o supervisor do Departamento de Esportes da Rádio Gaúcha, Pedro Ernesto Denardin, entende que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil será um espaço de oportunidades. Para ele, o maior legado será a aceleração de obras estruturais em infraestrutura e logística. “Uma obra que levaria 30, 40 anos vai sair em menos tempo porque a Copa do Mundo tem data e hora para acontecer”, frisou. Além da construção de estádios de primeiro mundo, que posteriormente poderão receber grandes shows e eventos, Denardin vislumbra o aquecimento da economia com a entrada de turistas durante e pós-Copa. O jornalista esportivo foi o palestrante convidado da reunião-almoço no dia 11 de junho (segunda-feira), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).
Denardin salientou que o Brasil, e todas as suas peculiaridades, estarão na vitrine, já que cerca de 20 mil jornalistas de todas as nacionalidades vão cobrir o evento e circular em solo brasileiro. De acordo com ele, cinco bilhões de pessoas serão impactadas, de alguma forma (jornal, televisão, rádio, internet), pela Copa do Mundo. Por isso, ele ressaltou que as cidades que hospedarem seleções terão maior projeção na imprensa mundial com a presença dos cerca de cinco mil jornalistas que acompanham os times.
Para justificar a relevância do evento, o jornalista esportivo apresentou alguns números da África do Sul após a Copa. Segundo ele, cerca de 300 mil turistas visitaram o país, R$9,6 bilhões foram injetados na economia africana com o turismo e 61 mil produtos foram lançados. No Brasil, a estimativa é de que R$155,7 bilhões serão injetados na economia brasileira e de que sejam gerados 3,6 milhões de empregos. O número de turistas deve passar de um milhão, acredita Denardin.
Como sugestão de possibilidades de negócios para a iniciativa privada, Denardin propôs a criação de uma linha turística de Porto Alegre a Caxias do Sul, explorando os roteiros turísticos e as potencialidades da Serra Gaúcha. Segundo o narrador, toda empresa quer sua marca associada ao maior evento esportivo do planeta.

Faltam dois anos para a Copa do Mundo 2014



A Fifa deu ontem a largada na contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Em 12 de junho de 2014, o estádio Itaquerão, em São Paulo, vai abrigar a partida de abertura do Mundial, entre Brasil e uma seleção ainda a ser definida, depois de uma longa disputa nas Eliminatórias. As Eliminatórias, por sinal, foram o tema de uma entrevista do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke — aquele que disse que o Brasil merecia um chute no traseiro pelo atraso nas obras da Copa. "Foram mais de 950 gols foram marcados nos 304 jogos das Eliminatórias até agora, o que dá uma média acima de três por jogo. É ótimo falar do que está acontecendo em campo e não apenas sobre os preparativos do país-sede, que também estão avançando", afirmou Valcke.
Sobre as obras em atraso, que motivaram toda a polêmica com o Brasil — que, obviamente, não gostou do tom — Valcke pouco falou. No início do mês, ele esteve no País e mostrou cordialidade. Antes da visita, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a dizer que não trataria mais de assuntos do Mundial com Valcke e cobrou o seu afastamento pela Fifa. Hoje, o cartola francês adota um discurso mais comedido ao comentar os atrasos do Brasil em sua preparação para o Mundial.
Mas a previsão de gastos continua aumentando. Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) divulgou relatório com estimativa de custo de R$ 27,410 bilhões, R$ 2,341 bilhões a mais do que o estudo anterior, do mês de março. Do total, R$ 6,778 bilhões serão gastos em estádios.